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Postado 27 de março de 2019

Fake News agravam surtos de doenças no país

Por Ascom Cosems-RN

O Brasil enfrenta uma epidemia de notícias falsas amplamente disseminadas nas redes sociais. A saúde é um dos principais temas abordados pelas fake news – vacinação, alimentos milagrosos e cura do câncer são os assuntos que mais se repetem entre as informações que não possuem nenhuma base científica e “viralizam” na internet.

As fakes news estão sendo apontadas pelo Ministério da Saúde como um dos motivos da queda dos números relacionados à imunização no país. De acordo com a coordenadora de mídias sociais do MS, Ana Miguel, 89% das notícias falsas ligadas à saúde atacam a credibilidade das vacinas. “Estamos monitorando diariamente todas as redes sociais e identificando o que é falso. A equipe iniciou o trabalho em março de 2018 e até o momento foram encontradas 418 fake news relacionadas à saúde”.

O trabalho do Ministério consiste em identificar, verificar e desmentir os boatos utilizando os selos “isto é fake news” e “esta notícia é verdadeira” para divulgação nas redes. “Conseguimos monitorar todas as mídias, menos o Whatsapp, que é o grande meio disseminador desse tipo de notícia, pensamos então em criar um canal direto com a população, onde qualquer pessoa pode nos encaminhar notícias, fotos ou vídeos para análise e respondemos se é falso ou não, já recebemos mais de sete mil mensagens”, comentou Ana. As consultas ao WhatsApp Saúde Sem Fake News podem ser feitas por meio do número (61) 9-9289-4640.

Fazem parte da lista das fake news mais difundidas notícias como água de coco cura o câncer, bananas contaminadas com vírus HIV, exame de mamografia causa câncer de tireoide, vacina contra sarampo causa autismo, dentre outras. (Confira aqui todas as notícias falsas analisadas pelo MS: http://portalms.saude.gov.br/fakenews)

SEMINÁRIO

A fim de discutir essa temática e encontrar caminhos para combater as notícias falsas, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está promovendo o II Seminário Internacional Relações da Saúde Pública com a Imprensa: Fake News e Saúde. O evento, que reúne jornalistas, pesquisadores e profissionais de saúde, teve início nesta segunda-feira (18) e segue até quinta (21).

Durante o evento, o pesquisador da Fiocruz, Cláudio Maierovitch, destacou alguns pontos que podem gerar a disseminação das fake news. “O sensacionalismo com o tom alarmante e de ‘denúncia’ como essas notícias são divulgadas pode ser um dos porquês da grande disseminação. Além disso, podemos considerar um conceito ligado à psicologia chamado ‘viés da confirmação’, onde a pessoa busca por argumentos para confirmar algo e nega argumentos contrários, mesmo sem embasamento, isso ganha ainda mais força na internet pelo fato da informação chegar personalizada para cada um, a partir do conteúdo mais acessado e dados pessoais divulgados”.

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